20nov

O que faz um “troll” “trollar”

Se você esteve nos últimos tempos confinado em algum lugar da Sibéria, talvez não saiba o que um troll é. De acordo com a nossa Barsa (quem lembra dessa?) moderna, a Wikipédia, um troll é aquela “pessoa cujo comportamento tende sistematicamente a desestabilizar uma discussão, provocar e enfurecer as pessoas envolvidas nelas”.

O que faz um "troll" "trollar"

O que faz um “troll” “trollar”

A fama desses seres virtuais aumentou ainda mais após o sucesso repentino e enorme do 9gag.com, um site que contava com atualizações dos usuários, piadas, e possuía até um personagem típico que era, adivinhem, o “Troll”.

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O tema virou assunto de pesquisa séria, algo que Whitney Phillips vem fazendo há quatro anos, em fóruns e no Facebook. De acordo com Phillips, certa vez um troll definiu os da sua índole como “uma pessoa normal que faz coisas insanas na internet”. De acordo com ele, a possibilidade de trollar surge da passagem das piadas inapropriadas, ditas em ambientes da vida “real”, para o mundo virtual, com a possibilidade do anonimato – o mesmo que você faz com seu grupo de amigos na “realidade”.

De acordo com a pesquisadora, um dos maiores desafios nesse tipo de investigação é o fato dos trolls contarem como um dos pontos centrais de sua identidade o anonimato. Foi preciso um bom tempo até criar intimidade e entrar nesse mundo um tanto estranho.

Além do anonimato, o pesquisador aponta outros três aspectos que definem o grupo: identidade (trolls se vêem como trolls, e não tem vergonha disso), linguagem própria (como o termo “fap” para masturbação – consegue adivinhar por quê?) e um tipo de risada virtual específica.

O tipo de alvo dos trolls depende de cada um. Certos indivíduos, como descobriu Phillips, exercem até um papel socialmente mais aceito, como “zoar” grupos anti-semitas. Outros nem tanto, se organizando para postar mensagens indecentes em perfis de Facebook de pessoas que morreram.

Para quem achou que isso parece coisa de menino, acertou. A pesquisadora comenta que, durante os anos de pesquisa, raramente encontrou uma mulher troll.

No fim, vem a pergunta: o que fazer com tal comportamento? Para Phillips, nós não devemos alimentar esse tipo de comportamento, porque muitas vezes as principais piadas entram no campo do racismo e do preconceito. Ela se deparou diversas vezes com esse tipo de situação, em especial piadas sobre estupro, em vários locais da internet, e comentários racistas durante as eleições presidenciais americanas de 2008.

E você? O que sabe ou acha dos trolls?

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Sobre Marcus Pessoa

Nascido em Manaus, sou designer e empreendedor, focado em cultura amazônica, comunicação digital, economia criativa, turismo e empreendedorismo.
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