27jan
O que falta para as startups amazonenses despontarem nos rankings globais de download?

O que falta para as startups amazonenses despontarem nos rankings globais de download?

Vi um ranking dos principais aplicativos baixados em 2017 e fiquei com a pulga atrás da orelha. Como assim nenhum aplicativo brasileiro na lista? Óbvio que existem alguns aplicativos que possuem brasileiros no projeto, mas não podemos classificar por isso que o app/startup é brasileira!

Antes de prosseguir, gostaria de conceituar brevemente uma situação. Startup é a empresa tecnológica em estado inicial e o fruto dela, muitas das vezes, é um “aplicativo” que poderá ser baixado por centenas de milhares de pessoas no mundo inteiro. Logo, para esse texto, estou utilizando os termos como similares.

O que falta para as startups amazonenses despontarem nos rankings globais de download?

O que falta para as startups amazonenses despontarem nos rankings globais de download?

Resolvi ir atrás de alguns pontos que justificassem essa tragédia e algumas soluções que pudéssem, em médio e longo prazo, reverter esse cenário deprimente que o Brasil se encontra, mesmo com tanta gente boa produzindo.

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Você com certeza já ouviu falar que o Brasil é um dos países mais empreendedores do mundo, certo? Mas será que as pessoas sabem que em um Ranking Global do Empreendedorismo, lançado no final de 2014. Entre 137 países analisados, estamos na 97ª colocação, atrás de países vizinhos como Bolívia, Equador e até mesmo, atrás de países como Ruanda, Irã, República Dominicana, entre outros. Os líderes do ranking geral são Estados Unidos, Suíça, Canadá,  Reino Unido e Austrália.

O Brasil, que é um dos maiores centros tecnológicos e um país de dimensão continental e autossuficiente não pode ficar tão pra trás assim. Isso é algo que merece muito a atenção do Brasil e dos brasileiros.

A recomendação, é que caso o Brasil queira avançar no desenvolvimento do empreendedorismo local, invista mais de 80% dos esforços no fomento à inovação, focando no desenvolvimento de novos produtos e serviços, transferência de tecnologia e internacionalização de empresas. Mas, além desses, o relatório revela uma preocupação com as instituições nacionais, algo evidente nos jornais que relatam diariamente casos de corrupção espalhados pela política do país: “o Brasil apresenta um sistema de governança e instituições públicas e econômicas consideravelmente fracas, se comparado às do Chile, por exemplo”.

A situação fica ainda mais delicada quando descemos para o nível local. Ano passado Manaus foi considerada a pior cidade do Brasil para se empreender. A avaliação é do Índice de Cidades Empreendedoras 2017 (ICE 2017), produzido pela organização Endeavor, especializada em empreendedorismo. O estudo abrangeu 32 cidades, entre capitais e municípios do interior de 22 estados.

A capital baré caiu 4 posições em relação ao ranking produzido pela Endeavor em 2016, descendo do 28º para o 32º lugar.

Vale ressaltar que isso não é culpa do ecossistema empreendedor local, mas de todo o solo infértil ao qual somos obrigados a plantar em cima. Nos últimos 2 anos, venho acompanhando a cultura de inovação em Manaus crescer ano após ano. Várias startups locais, vários cursos, vários congressos de empreendedorismo digital e várias pessoas levantando essa bandeira e se organizando para o fortalecimento do cenário.

Porém, talvez, um dos fatores da queda do Ranking tenha sido mesmo a Crise que atingiu em cheio o Estado do Amazonas, não apenas Crise Econômica, mas também a Crise Moral e a Crise Política. Tudo isso somado, fez com que o mercado encolhesse, a população empobrecesse e com a queda nos resultados, os investimentos ficaram comprometidos.

Outros fatores que contribuem para a dificuldade empreendedora local é a burocracia e a falta de políticas sérias para beneficiar esse modelo de negócio que pode ser uma grande alternativa à Zona Franca de Manaus.

Infelizmente o Empreendedorismo Digital no Brasil ainda é algo que engatinha. Basta ver a lista dos lideres globais de download em 2017 e se questionar : Quantos aplicativos brasileiros estão nessa lista?

Aplicativos líderes globais de download em 2017

Aplicativos líderes globais de download em 2017

Sonho em ver a lista dos líderes globais trazendo aplicativos brasileiros e até mesmo aplicativos amazonenses.

Ao ver essa lista, é preciso analisar calmamente e ter humildade para reconhecer que ainda estamos muito longe dos grandes centros. É necessário otimizar os esforços e fazer com que todos caminhem na mesma direção.

ÓBVIO que isso não significa dizer que não temos projetos revolucionários. TEMOS SIM! Temos startups em Manaus que possuem um potencial incrível, mas que ainda não encontraram o caminho das pedras, a fama e o sucesso merecido. Temos um Vale de Inovação, Incubadoras e Aceleradoras em Manaus.

Por isso que é necessário tratar as startups como prioridades e entender a importância de “derrubar barreiras” e de dar “oportunidade às ideias”. É preciso dar aos empreendedores as ferramentas para que possam lançar empresas e criar empregos no Amazonas.

Precisamos encontrar meios para transformar o Amazonas num Estado pioneiro no que toca aos testes das áreas tecnológicas mais inovadoras. É necessário que essas startups, sejam incluídas nas comitivas oficiais do Governo, quando faz visitas a feiras internacionais. Assim, as empresas amazonenses ganhem mais relevância na imprensa estrangeira e, por isso, passe também por promover a presença das startups em eventos como o TechCrunch Disrupt, o Cebit, o World Mobile Congress, além da Web Summit, Campus Party, RD Summit e Redes-eGov.

Assim, sem dúvida poderemos ver as startups amazonenses ingressando nas lideranças globais nos próximos anos. É algo que precisa de muito investimento, muita informação e sobretudo, de gente qualificada e com pensamentos modernos para colocar o projeto pra avançar.

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Sobre Marcus Pessoa

Nascido em Manaus, sou designer e empreendedor, focado em cultura amazônica, comunicação digital, economia criativa, turismo e empreendedorismo.
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