Um dos assuntos mais abordados no meu blog é o controle da internet e as boas práticas. Infelizmente, nem todos que usam a internet usam com o intuito positivo, gerando assim, muitos haters, trolls e outros personagens que merecem extrema atenção.
Assim como o bullying, o cyberbullying também provoca dor, humilhação, sofrimento, medo e muitos outros sentimentos e consequências ruins. Infelizmente, muitas vezes as vítimas de cyberbullying chegam a tomar a atidude de tirar a própria vida como forma de “eliminar a dor”.
Felizmente algumas ações têm sido feitas no sentido de prevenir, orientar e proteger pessoas quanto aos efeitos desses comportamentos, que em muitas casos são devastadores.
Pasmem, o cyberbullying, ou assédio virtual em português, atinge uma a cada quatro crianças, de acordo o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). E não para por aí: estudos da Universidade de Sheffield e Nottingham, de Londres, mostram que 80% dos adultos já sofreram cyberbullying no trabalho.
Exposição, xingamentos e uma série de outros comportamentos intimidadores e agressivos cometidos na internet acabam afetando a vida fora dela – além do incômodo, quem passa por uma situação de bullying na rede pode até entrar em depressão.
E como a gente pode fugir desse cenário? A resposta está nas dicas de prevenção do cyberbullying que preparei para você depois de muita pesquisa. Confira e não esqueça de compartilhar esse post para alertar a sua família também!
1. Ignore o ofensor.
A melhor coisa é ignorar o ofensor imediatamente. Quando alguém provoca o cyberbullying, ele quer exatamente que a vítima se sinta emocionalmente abalada e parta para o ataque. Se você perder o controle emocional, xingar, chorar é exatamente o que o agressor quer. Portanto, ignore-o. Bloqueio-o. Todas as redes sociais oferecem a oportunidade que você bloquei sem precisar dar satisfação.
2. Não pague com a mesma moeda.
Além de colocá-lo num ciclo virtualmente infinito de agressões e vinganças, quando você se iguala ao seu agressor, acaba perdendo a razão em uma série de aspectos. Do ponto de vista jurídico, por exemplo, a injúria (ofensa pessoal) repelida pela resposta do ofendido contendo outra injúria contra o ofensor (retorsão imediata), deixa de ser punida.
3. Separe as evidências.
Grave os arquivos que comprovam o cyberbullying, bem como a data e horário comprovados do(s) fato(s). Se possível, imprima-os para poder usá-los como provas a seu favor.
4. Acuse o cyberbulling ao responsável pelo serviço online.
Você deve levar ao conhecimento da empresa responsável pela manutenção do serviço online (ex: Facebook, Twitter e Google) o que está acontecendo e pedir providências no sentido de retirar o conteúdo ofensivo da Internet, de excluir ou bloquear determinados usuários. Quando a responsável pelo serviço é acionada e nada faz, em alguns casos responde junto com o ofensor pelos danos à vítima das agressões.
5. Identifique a pessoa que possa resolver o problema.
Geralmente, os casos de cyberbullying iniciam-se entre pessoas que compartilham pontos comuns de convivência: estudam ou trabalham juntos, ou frequentam os mesmos lugares, ou até mesmo são membros da mesma família. Nesse ponto, é interessante verificar uma pessoa que tenha hierarquia superior na relação identificada para solicitar providências. Pode ser, por exemplo, a professora, o chefe, o comandante, o pai, o avô, dependendo muito do caso.
6. Encare o assunto com seriedade.
Bullying não é uma brincadeira, as pessoas que sofrem esse tipo de ataque são feridas em seus sentimentos íntimos, portanto é necessário assumir o problema e tentar resolvê-lo. Se você é menor, é importante a comunicação com a família e com a figura dos pais para que seja discutida uma saída.
7. Evite o contato online com o agressor.
Como estamos falando da versão eletrônica do bullying, você possui diversas ferramentas para banir, bloquear, excluir, enfim afastar de seu círculo de contatos as pessoas que não lhe são convenientes. A menos que você seja masoquista, afastar-se do agressor é a medida certa a tomar.
8. Não seja conivente e não pratique o bullying.
Quando falamos em bullying ou cyberbullying, é comum todos se acharem vítimas e nunca ofensores. Mas a verdade é que poucas pessoas param para refletir a respeito dos seus atos, até onde a brincadeira com o outro deixa de ser uma mera bobagem para passar a um ritual de tortura psicológica. É preciso um pouco de empatia, um pouco de aplicação do “não faça aos outros o que não gostaria que lhe fizessem”.
Permanecer inerte num grupo enquanto outra pessoa é humilhada também não é um comportamento louvável. Ou você sai do grupo, ou demonstra a sua indignação contra um ato covarde praticado via Internet.
9. Seja polido e equilibrado.
Xingamentos imoderados, comentários desequilibrados, enfim, a falta de educação básica aplicada aos meios digitais acabam por tornar esse tipo de pessoa um alvo para o bullying. Além disso, por não ter nada a acrescentar, acaba se tornando o tipo que fala sozinho.
10. Em caso extremo, considere levar o assunto ao Judiciário.
Existe um projeto de alteração do Código Penal que criminaliza o bullying. Enquanto ele não é aprovado, é importante saber que diversas condutas que se inserem no contexto do bullying podem ser enquadradas em alguns dos crimes já existentes, como a injúria, a difamação, a ameaça e a apologia ao crime, entre outros. Além disso, o patrimônio moral do indivíduo é compreendido como um direito fundamental pela Constituição Federal; sua violação permite à vítima pleitear, por exemplo, a reparação do dano pelo ofensor via indenização, além de providências para a retirada dos comentários ou dados ofensivos colocados online (nesse caso, os próprios responsáveis pelo serviço online, caso não cooperem, podem ser obrigados judicialmente a remover o conteúdo).
11. Não passe as suas senhas para os outros
Por mais confiável que sejam seus amigos da escola ou colegas de trabalho, evite compartilhar suas senhas de e-mail, mensageiros ou redes sociais. Isso porque, quanto mais gente sabe como acessar suas contas pessoais, maiores são as chances de alguém mal-intencionado entrar no que é seu e espalhar informações confidenciais.
12. Seja cuidadoso com amizades virtuais
É sempre legal fazer novas amizades, né? Mas, na internet é preciso ter bastante cautela.
Se você for menor de idade e está lendo isso, uma dica bem especial: não esconda nada dos seus pais ou das pessoas mais velhas que cuidam de você e em quem você confia, combinado!? Se você começa a trocar ideia com alguém na internet, não faça isso escondido e não passe informações como senhas, endereço ou fotos. E vale aquele conselho clássico: não fale com estranhos! ?
Agora, se você é pai, mãe, avó ou responsável por uma criança ou adolescente, a dica é outra: converse com a turminha sobre os cuidados com amizades virtuais. Além disso, é bacana estipular horários para uso de internet – de preferência quando todos estão acordados. E a porta do quarto e do escritório? Aberta!
E não custa lembrar que gente grande também se depara com uma série de situações constrangedoras de assédio virtual, por isso evite compartilhar imagens, senhas e outros dados pessoais com amigos e conhecidos da rede.
13. Não envie suas fotos para desconhecidos
De acordo com a ONG brasileira SaferNet, em 2016 aproximadamente 300 pessoas tiveram fotos e vídeos íntimos espalhados pela internet sem autorização. E desse montante, cerca de 80% são mulheres – uma a cada cinco, menor de idade.
Esse é um tipo bem comum de cyberbullying, por isso, antes de passar uma foto – seja ela íntima ou não – é importante avaliar se a pessoa que vai receber não tem (e nem teria no futuro) segundas intenções.
14. Não abra links suspeitos
Essa dica até parece coisa da época de internet discada, né? Mas a verdade é que os links suspeitos de hoje em dia estão cada vez mais disfarçados de sites inofensivos. Eles, muitas vezes, chegam até pelos conhecidos – que já clicaram anteriormente, também sem querer.
O problema é que muitos desses links estão contaminados e servem para roubar arquivos. E ao encontrar algo que possa render cyberbullying, muitos hackers veem a oportunidade de chantagem e extorsão, como aconteceu com aquela atriz famosa, lembra?
Então, verifique a veracidade dos links de notícias e das promoções que os seus amigos mandam por e-mail e WhatsApp – não tem problema ser um pouco desconfiado nesse caso. E manter o antivírus atualizado é fundamental.
15. Não se exponha muito. Na internet se escreve de caneta
Nas redes sociais, e-mail e mensageiros instantâneos é interessante ter uma postura cautelosa para aproveitar tudo de bom que a conexão com o mundo traz para a gente.
Selecione suas fotos antes de postar, se for comentar em algum post procure ser respeitoso, evite participar de brigas online e pense duas vezes antes de compartilhar alguma coisa – avalie se aquilo que você está prestes a passar adiante não tem chances de prejudicar você ou aos outros.
E naquele churrasco animado ou na escola, se perceber que alguém está te filmando sem a sua autorização, peça para interromper. Caso necessário, busque ajuda da autoridade local – como professores e seguranças.
16. Denuncie sempre que possível!
Viu alguém cometendo cyberbullying com outra pessoa ou você mesmo está sofrendo com isso? Vários canais podem te ajudar: o próprio site onde aconteceu o assédio, delegacia de polícia e ONGs.
E nos nossos próximos posts da série sobre bullying na internet, vamos contar tudo que você precisa saber sobre como identificar o assédio virtual e como denunciar essa prática.