Desde seu surgimento, a Internet tem sido considerada como instrumento de democratização da informação. Na teoria, qualquer um em qualquer lugar do mundo poderia se conectar à rede e ter acesso a todo tipo de informação disponível. A realidade, porém, mostra que uma parcela da população tem esse acesso restringido por um motivo simples: não poderem enxergar.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), existem cerca de 39 milhões de pessoas cegas no mundo e outras 264 milhões que sofrem com a perda moderada ou severa da visão. São pessoas que tem estilos de vida adaptados em todos os aspectos do cotidiano. O uso da Internet é uma delas: é preciso o uso de programas e aplicativos que façam a chamada audiodescrição de cada palavra que aparece na tela.
Se as adaptações para leitura são grandes, nas redes sociais esse abismo aumenta consideravelmente: como compreender uma publicação em que a imagem é o principal elemento? Ainda que já existam os aplicativos de autodescrição, a experiência de utilizar redes como o Instagram e o Facebook são bastante restritas por não permitirem o acesso às imagens.
Porém, algumas iniciativas tem surgido para mudar essa realidade e ampliar o acesso aos deficientes visuais. O Twitter possui uma configuração para leitura de imagens e o Facebook já está implementando um aplicativo semelhante na versão do iOS em inglês.
No Brasil, o projeto #PraCegoVer da escritora Patricia Braille, é um exemplo. A hashtag é seguida pela descrição das imagens e pode ser usada por qualquer um, em qualquer postagem. Assim, o aplicativo de audiodescrição pode “ler” não só o texto, mas as imagens postadas. Confira algumas fanpages que aderiram à descrição de imagens:
Veja uma demonstração da ferramenta de audiodescrição do Facebook: