Um dos percurssores das redes sociais e aquele que primeiramente fez os brasileiros terem ideia de o que é uma sociedade digital, o Orkut Büyükkökten, recentemente esteve no Brasil e mandou o papo direto à aquilo que ele acredita estar acontecendo e após ver a dependência digital no qual os brasileiros se meteram desde então : “Estamos desesperados por conexão, nunca nos sentimos tão sozinhos enquanto humanos. Se há uma coisa que aprendemos com a pandemia é que precisamos de conexão, cara a cara. E é preocupante a Meta estar tentando fazer o oposto, nos levando mais pro online ainda. Temos de ir contra isso, temos de ser anti-Meta”, afirma.
O fundador do Orkut, e que recentemente estava trabalhando na sua rede social Hello ainda não contou qual é a novidade que vem por aí e a única coisa que ele deixa transparecer sempre é sobre o foco desse seu projeto ser unir as pessoas.
Em 2020 cheguei a conversar com ele e ele me contou um pouco das novidades, nosso foco porém, foi sobre a rede social Hello no Brasil. Em abril deste ano, o empreendedor movimentou os saudosistas ao reativar o domínio do site com um comunicado.
“Trabalhamos duro para que o Orkut fosse uma comunidade onde você pudesse conhecer pessoas com interesses em comum, não apenas pessoas para curtir e comentar as suas fotos”, diz o texto.
Ele terminou a nota anunciando que estava produzindo algo novo, sugerindo que os interessados cadastrassem o e-mail para ficar por dentro das novidades.Você pode conferir o meu bate papo com o Orkut Büyükkökten na matéria abaixo.
Orkut Voltou? Conversei com o dono da rede social – Orkut Büyükkökten
Questionado sobre esse possível retorno, o fundador afirmou que a nova rede social vai trazer o melhor do Orkut e será focada em comunidades. Ele fez mistério, limitando-se a dizer que um anúncio será feito em breve e que trabalha há anos no projeto. Segundo ele, o app resumirá a experiência que ele adquiriu desde que começou a criar redes sociais, em 2000. “A era do Orkut foi uma época feliz, quando as redes sociais nos conectavam de verdade. As histórias são sobre pessoas que fizeram amigos, que constituíram famílias. Perdemos essa mágica, isso não acontece mais”, lamenta.
Orkut tinha 25 anos quando começou a trabalhar no projeto que ganhou seu nome. Ele atuava como engenheiro de software e desenvolvedor front-end para o Google. Apaixonado pelo tema, deu início a uma rede social que se chamava Éden, “um paraíso onde as pessoas poderiam se encontrar”, para uso interno na empresa. As lideranças gostaram da ideia e resolveram lançar o produto para o público, mas o domínio com esse nome já estava sendo usado. Eric Schmidt, CEO da empresa na época, sugeriu o nome do criador, que trabalhou sozinho no projeto inicialmente.
A rede social ganhou uma tração especial no Brasil. Em 2008, por exemplo, foi o site mais acessado no país, ficando à frente do próprio Google. Para o fundador, um dos segredos do sucesso estava no conceito de gerar conexões da plataforma – valor que encontra eco com a personalidade calorosa dos brasileiros –, assim como a nossa tendência de adotar rapidamente as inovações tecnológicas, a exemplo do Clubhouse, durante a pandemia, e do Koo, mais recentemente. Aliás, também tive a oportunidade de conversar com o Mayank Bidawatka, co-fundador do Koo app. O Koo é hoje o segundo maior micro-blog do mundo e explodiu de brasileiros migrando para lá. Muitos desses migraram durante o primeiro para o segundo turno da campanha eleitoral que sagrou-se vencedor o presidente Luís Inácio Lula da Silva e no meio dos desmontes da rede social Twitter em meados de novembro.
Conversei com o Mayank dono da rede social Koo e ele revelou as novidades para 2023!
Ainda sobre o Orkut, ele lembra que em 2008, quando ainda liderava o mercado brasileiro de redes sociais, o empresário migrou de área no Google e saiu do projeto da rede social de seu nome. Na época, a companhia comprou a plataforma, decidida a tornar o social uma prioridade, mas o foco acabou indo para o Google+. “Eles queriam que os usuários do Orkut migrassem, essa era a visão. Mas o Google+ não deu certo e os usuários migraram para o Facebook”, pontua. Em 2014, o Orkut foi encerrado de vez pelo Google.
Desde então, o fundador criou uma outra rede social, a Hello, que foi interrompida para que ele pudesse focar no novo projeto misterioso. Ele vê com tristeza o cenário atual das plataformas, com muitas publicações negativas e fake news. Para o empreendedor, é necessário proteger os usuários desse tipo de conteúdo. “As empresas precisam garantir que o negativo não exista e, se existir, que seja eliminado imediatamente. O Orkut era sobre se unir em torno de assuntos que amamos. Hoje em dia, em vez de nos unir, as redes sociais estão nos afastando”, declara.
Esta é a sexta vinda de Orkut ao Brasil. Apaixonado pelas caipirinhas, ele mantém um contador de quantas já consumiu a cada visita. Há dois dias no país, ele afirma que já bebeu cinco nessa passagem. Orkut veio ao Brasil para participar da sexta edição do evento Product Camp, conferência organizada pela PM3, edtech especializada em produtos digitais, que retorna ao modelo presencial após duas edições remotas. Ele subiu ao palco para palestrar ontem, terça-feira (13/12).