Tudo começou meio sem querer, em abril de 2013 quando o jovem Adriano Sampaio morava no bairro Pompeia, em São Paulo, e foi lá onde ele encontrou uma praça com várias nascentes do riacho Água Preta.
Uma cena que passaria despercebida para a maioria dos paulistanos, mas não para ele, que com a ajuda de alguns amigos do coletivo Ocupe & Abrace decidiu recuperá-las.
“Depois, sem avisar ninguém, fiz um lago natural com plantas aquáticas e peixes e, a partir daí, fiquei curioso. Precisava saber como estavam as nascentes e rios da cidade e assim comecei minhas expedições”, conta.
Tendo em mãos um mapa de 1930 com o percurso original dos rios paulistanos, Adriano e outros interessados na causa começaram a percorrer a cidade, chegando muitas vezes a andar 15 quilômetros por jornada.
ó no primeiro mês identificaram 20 nascentes nas zonas oeste, norte e central – número que hoje já passa de 100. Cada nova descoberta é compartilhada em uma página criada no Facebook, “Existe Água em SP”, que hoje conta com mais de cinco mil seguidores.
O objetivo da “aventura” é criar um levantamento com a localização exata desses pontos de água e disponibilizá-lo na internet. “As pessoas reagem com surpresa quando descobrem que existe água, muitas vezes limpa, em vários pontos da cidade. Por isso esse trabalho é vital tanto para sensibilizar a população quanto o poder público, que há muitas administrações vem tratando o tema com descaso. Na situação que vivemos hoje, de crise hídrica, recuperar e preservar rios e nascentes é de extrema importância”, destaca Adriano.
Esperançoso com os resultados positivos de seu projeto, Adriano deixou de lado a carreira como corretor de seguros para se tornar um ativista ambiental. Hoje faz palestras em ONGs e escolas, e também incentiva seus fãs diariamente pelas redes sociais a darem mais atenção ao meio ambiente. “Pretendo explorar os 300 rios de São Paulo e só vou parar quando, em um futuro próximo, eu possa vê-los recuperados. Esse é meu sonho e essa é a luta que tenho vivido intensamente”, conclui.
Imagine um projeto desses para recuperar as nascentes dos igarapés de Manaus. Temos que valorizar nosso bem tão precioso, a água.