Uma das praças com mais história da capital Amazonense sem sombra de dúvidas é a Praça do Congresso (nome popular da praça Antônio Bittencourt). Basta saber que ela é um projeto daqueles que remonta ainda o tempo do Império do Brasil (1822-1889). À época, o logradouro público foi chamado de Largo do Paiçandu – homenagem ao território uruguaio tomado em 1865.
Outro ponto importante, é lembrarmos sempre que o local que hoje temos a Avenida Eduardo Ribeiro, próximo à Avenida 7 de Setembro, era tudo um grande igarapé chamado Igarapé do Espírito Santo. Com o aterro e o desaparecimento do Igarapé do Espírito Santo, abriram-se ruas e loteamentos, formando na parte final da região,o jardim do Palácio Novo.
No início do século, isso em 1908, uma reunião no dia 21 de agosto da Intendência Municipal, o Intendente Carlos Studart teve um projeto de lei de sua autoria aprovado “dando a denominação de Antônio Bittencourt” a todo o quadrado existente entre as Ruas Ramos Ferreira, Monsenhor Coutinho, Tapajós e Avenida Eduardo Ribeiro e ao mesmo tempo sugerindo que a Rua “Antônio Bittencourt” voltasse a chamar-se Rua Costa Azevedo”.
Assim, inaugurada em 1908, a Praça Antônio Bittencourt é um espaço tradicional do centro antigo de Manaus. O local abrange uma área de 6.750,5 m², localizada em frente ao prédio histórico do Instituto de Educação do Amazonas (IEA) e tem esse nome em homenagem ao homem que governou o Estado do Amazonas, no período de 1908-1912, além disso, Antônio Clemente Bittencourt foi um dos signatários da primeira Constituição do Estado do Amazonas.
Quase vinte anos depois voltaram a alterar a denominação dessa Praça. O Intendente João Severiano de Souza apresentou projeto, aprovado e transformado na Lei nº. 1.477, de 16 de abril de 1928 e, numa prova de desconhecimento da denominação oficial do logradouro, propôs que a “Praça Benjamim Constant passasse a chamar-se Praça Antônio Bittencourt”.
Essa situação de alterar nome de praça de forma indevida e desconhecer a própria história do logradouro público ainda acontece até hoje em 2021. Basta lembrar que recentemente o Vereador David Reis, atual presidente da Câmara Municipal de Manaus, alterou o nome da Praça Nestor Nascimento (o maior líder negro que o Amazonas já teve) para Praça Oscarino Peteleco, em homenagem ao Oscarino Farias Varjão, ventríloquo falecido, que dava vida ao boneco Peteleco. O projeto de lei pegou muito mal e despertou manifestação da negritude amazonense. O vereador acabou voltando atrás.
Praça da Saúde – chegou a ser conhecida por este nome porque ali existia um belo prédio onde funcionava a Secretaria de Saúde do Estado (foto) e que foi demolido na década de 60. No local foi construída uma agência pertencente à empresa de Correios.
Praça do Congresso – o logradouro também ficou muito conhecido como Praça do Congresso, por ter sido palco do Congresso Eucarístico, fato que ensejou a construção de um monumento dedicado a Nossa Senhora, inaugurado a 31 de março de 1942.
Pouca gente conhece a denominação oficial desse logradouro que já foi Praça da Princesa Imperial, depois Praça Antônio Bittencourt, popularmente conhecida como Praça da Saúde na década de 40 e mais tarde conhecida Praça do Congresso, desde quando no local foi realizado o Congresso Eucarístico, em 1942.
A área era bem maior, foi reduzida com a construção da sede do Luso Sporting Clube, da Escola da Divina Providência e de alguns bangalôs, principalmente pelo lado da Rua Ramos Ferreira.
A Lei de 1996 denomina de “Antônio Bittencourt”, a Rua 05, conjunto Ajuricaba, no bairro da Alvorada.
Bom, essas foram algumas das curiosidades sobre a Praça Antônio Bittencourt, ou Praça do Congresso em Manaus. No espaço há um busto em bronze do ex-governador Eduardo Ribeiro, que dá nome à avenida, no alto de onde a praça está instalada. O seu entorno é valorizado por prédios históricos e casarões que pertenceram a famílias tradicionais de Manaus.
Bancas de revistas e de livros usados, de comidas regionais e de tacacá fazem parte do espaço.
O local também recebe eventos artísticos, como shows, apresentações de teatro de rua e atividades circenses.