O Santuário de Nossa Senhora de Fátima em Manaus, está localizado na Rua Japurá, em um dos mais tradicionais bairros da capital amazonense, o bairro da Praça 14 de Janeiro, zona sul de Manaus. Desde a fundação do bairro, os moradores do bairro da Praça 14 são muitos católicos e festeiros, tanto que ao lado do santuário, existe o barracão da Escola de Samba Vitória Régia, com samba de janeiro a janeiro, porém, os tambores somente começam a animar a população local depois da santa missa, claro.
Fazendo uma retrospectiva histórica, antes da construção do atual templo, todos os fiéis do bairro da Praça 14 assistiam à missa na Igreja de São Sebastião, que fica localizada na rua 10 de Julho, nº 567, no centro de Manaus, pois ali, era a igreja mais próxima da comunidade.
A celebração de uma missa campal, realizada naquele bairro no dia 13 de maio de 1939, despertou na comunidade a vontade de construir um templo em honra e devoção a Nossa Senhora de Fátima.
Alguns anos depois, um rico comerciante de nome Antônio Caixeiro, fez a doação do terreno, sendo construída em 1939 uma igrejinha de madeira. Assim nascem as primeiras atividades religiosas no próprio bairro, e que com o passar dos anos, as diversas ajudas permitiram a construção de um novo templo de oração.
A primeira capela em homenagem à Santa foi erguida em um terreno doado pelo comerciante Antônio Caixeiro, em atendimento ao pedido do frei José de Leonissa. Era toda em madeira e funcionou até meados de 1960 no local onde hoje existe a casa paroquial da Igreja.
O lançamento da pedra fundamental do novo templo ocorreu em 13 de outubro de 1942 – apesar de existir uma placa guardada na própria Paróquia que indica o ano de 1941 para o início da obra. A conclusão das obras ocorreu em 1975.
A ideia da construção deste suntuoso templo dedicado à Nossa Senhora de Fátima partiu da inspiração do frei José de Leonissa, o então vigário da paróquia de São Sebastião. Inclusive, vale ressaltar que também foi o próprio frei que fez o projeto arquitetônico.
Em 12 de maio de 1974, tornou-se Paróquia, sendo seu primeiro vigário o padre Ilvo Santo Roratt, da Sociedade do Apostolado Católico, também conhecidos como palotinos.
De acordo com uma placa existente na própria igreja, cinco anos mais tarde, em 13 de maio de 1982, o arcebispo metropolitano Dom Milton Corrêa Pereira elevou esse templo à categoria de Santuário de Nossa Senhora de Fátima.
Contudo, o documento que poderia comprovar essa ereção canônica não existe nos arquivos da Arquidiocese de Manaus.
O dia dedicado a Nossa Senhora de Fátima é 13 de maio, com procissão e missa. Entre os meses de junho e outubro, sempre no dia 13 – consagrado às aparições de Nossa Senhora aos três pastorinhos –, são realizadas novenas.
As fotos da época, veiculadas em O Jornal, de 4 maio, deixam a desejar, mas servem de balizamento e ampliação no Estado do culto da Virgem de Fátima.
Um outro detalhe muito interessante sobre esta magnífica obra manauara, é sobre sua cúpula. Para isso, me apoio no texto do Keyce Jhones, um famoso arquiteto, blogueiro e ciclo-ativista da cidade de Manaus. Keyce conta que até hoje a cúpula é um dos símbolos do bairro, inclusive é possível notar uma curiosa percepção de uma construção inacabada. Essa observação se dá devido há alguns registros que mostram que até o início da década de 70, parte da cúpula poderia ter um outro tipo de acabamento. A partir dessa observação estética e formal, ele realizou algumas comparações com outras cúpulas com similaridade em sua volumetria e composição, como as cúpulas da Basílica de São Pedro e a Basílica de Maria Del Fiore, ambas na Itália. Essa comparação o levou a acreditar que o projeto original se baseou no estilo renascentista para a configuração de sua cúpula.
Abaixo, algumas fotos do Santuário de Nossa Senhora de Fátima durante a sua inauguração.