Durante muitos anos as calçadas portuguesas foram marco de beleza e riqueza no mundo inteiro. Na cidade de Lisboa, por exemplo, existe a Praça de D. Pedro IV, mais conhecida por Praça do Rossio e o maior charme dessa praça é justamente as pedras em forma de zig-zag entre um claro e um escuro. . Seu desenho foi escolhido para homenagear o encontro das águas doces do Rio Tejo com o Oceano Atlântico.
A calçada Portuguesa teve o seu início em meados do século XIX. Com uma tecnologia de construção e uma herança histórica semelhante aos mosaicos Romanos, a calçada é o tipo de pavimento mais usado em espaços públicos e principalmente em passeios, não só em Portugal mas também em países lusófonos (ex-colónias portuguesas).
Com a popularidade e o aperfeiçoamento, outros países lusófonos, como o Brasil, trouxeram essas formas para cá. Existem várias cidades que possuem, porém, focarei apenas na calçada manauara e na calçada carioca.
Quando chega no Brasil, muitas das vezes tem quem diga que “Manaus copiou o Rio de Janeiro”. Isso não é verdade. Muitas das vezes as pessoas que falam isso, não falam por maldade, mas por pura ignorância.
É preciso esclarecer que durante o auge do ciclo econômico da borracha, Manaus se transformou em uma cidade moderna, com as mesmas benfeitorias que chegavam ao Rio de Janeiro, a então capital federal. Entre as benfeitorias, a calçada portuguesa que compõe o Largo São Sebastião.
A mesma conotação de encontro das águas aplicada em Lisboa é aplicada à Manaus, simbolizando o encontro dos rios Negro e Solimões. No Rio de Janeiro, a história é que a calçada de Copacabana faz referência às ondas do mar.
Em Manaus, a calçada do Largo São Sebastião foi finalizada em 1901, mas já estava planejada desde a década de 1880. O calçadão da orla da Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, foi inaugurado em 1905, portanto quatro anos depois do pavimento manauara.
Outra coisa é que no início, os desenhos eram diferentes, porém, na década de 1920, as águas do mar invadiram a orla e a calçada carioca foi destruída. Assim, o passeio foi reformado e redecorado, seguindo o modelo amazonense.
Então, sempre que você ver alguém falar que Manaus copiou o Rio de Janeiro, diga-o que isso não existe, além disso, por tratar-se e um estilo arquitetônico ‘da moda’, na época, hoje estes calçadões são pontos turísticos nas duas cidades “encontro das águas” ou “ondas do mar”‘ e dão o ar nostálgico e ao mesmo tempo contemporâneo a quem o passeia e sente esta similaridade.