26dez

Instagram na Vida Real

Brasileiro faz ‘Instagram da vida real’ espalhando molduras na Inglaterra as peças que imitam posts e filtros do app estão em Londres e Manchester. A ideia veio de um publicitário frustrado com a dependência tecnológica causada nas pessoas.

Foto de moldura que imita visual do Instagram, em Londres (Foto: Arquivo pessoal/Bruno Ribeiro)

Foto de moldura que imita visual do Instagram, em Londres (Foto: Arquivo pessoal/Bruno Ribeiro)


Moldura feita por brasileiro imita visual de postagem do Instagram (Foto: Arquivo pessoal/Bruno Ribeiro)Brasileiro criou molduras que imitam visual do Instagram e as espalhou por Londres e Manchester, na Inglaterra

Brasileiro criou molduras que imitam visual do Instagram e as espalhou por Londres e Manchester, na Inglaterra (Foto: Arquivo pessoal/Bruno Ribeiro)

Brasileiro criou molduras que imitam visual do Instagram e as espalhou por Londres e Manchester, na Inglaterra (Foto: Arquivo pessoal/Bruno Ribeiro)

Os filtros de imagem do Instagram introduziram um modo estilizado de ver e registrar nossas cenas diárias. O publicitário Bruno Ribeiro, no entanto, resolveu extravasar essa lógica. Munido de cartolina e papel celofane, Ribeiro espalhou pelas ruas de Manchester e Londres, na Inglaterra, várias molduras que imitam o visual das postagens no aplicativo de fotos, com direito a número de curtidas, legendas e, é claro, filtros. Com elas, o público pode ver pontos das cidades sob uma nova luz e sem usar um smartphone: um “Instagram da vida real”.

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Moldura feita por Bruno Ribeiro (Foto: Arquivo pessoal/Bruno Ribeiro)

Moldura feita por Bruno Ribeiro
(Foto: Arquivo pessoal/Bruno Ribeiro)

Em entrevista ao G1 por telefone, o brasileiro, que mora fora do país há quase sete anos, diz ser fã do app de fotos, mas conta que a ideia das intervenções surgiu justamente a partir de uma frustração com a dependência do uso de tecnologia no dia-a-dia.

“O Instagram trouxe a fotografia para o nosso cotidiano. E mesmo quem não é fotógrafo ou artista acaba querendo de alguma forma ser criativo usando o aplicativo”, diz Ribeiro.

“Mas acho bem estranho essa coisa de ficarmos conectados o dia inteiro. Todo o tempo ter essa preocupação de não ficar 2 horas sem e-mail, sem celular. Então é quase uma forma de falar que a vida também é bacana sem o seu telefone. Guarde ele no bolso e olhe para isso aqui na rua”.

Da Catedral de St. Paul, local histórico de Londres onde Lady Di e o Príncipe Charles se casaram, até um grafite do artista visual Banksy, as molduras de Ribeiro brincam com a resposta das pessoas a uma ideia até então exclusivamente virtual e o fator “instagramável” de paisagens e situações, que muitas vezes acabam com a observação de um momento em favor de uma foto para o app.

“Não dá para fotografar toda comida que chegar na sua mesa. A comida esfriando e você fotografando. Como tudo na vida, tem de haver um bom senso e equilíbrio. A gente não pode ser alienado, mas também não pode ser completamente dependente, um escravo da tecnologia”, comenta.
Pedestres interagem com molduras e, curiosamente, tiram fotos delas.

Pedestres interagem com as molduras de Ribeiro e, curiosamente, tiram fotos delas (Foto: Arquivo pessoal/Bruno Ribeiro)

Pedestres interagem com as molduras de Ribeiro e, curiosamente, tiram fotos delas (Foto: Arquivo pessoal/Bruno Ribeiro)

Ribeiro diz que a reação das pessoas ao trabalho tem sido positiva e surpreendente. “Eu literalmente acabo de pregar uma peça e já tem duas, três pessoas esperando para fotografar. É muito automático. E realmente é engraçado ver isso porque eu fiz esse projeto pela diversão”.

O fato dos pedestres interagirem com as obras e, curiosamente, tirarem fotos delas não incomoda o brasileiro. Na verdade, ele prefere as molduras que têm um fundo que pode ser “sempre alterado”.

“A catedral é sempre a catedral. Mas tem uma [moldura] na Brick Lane, uma rua famosa que tem feiras durante o domingo, e ela está sempre com vida atrás, as pessoas passando todo o tempo”, comenta Ribeiro. “Toda reação é válida. Não tem um certo ou errado. Não quero passar uma mensagem de ‘repensem a vida de vocês’. Não sou dono da verdade. Fico feliz se as pessoas tiram foto, se não tiram mas riem, ou se param para pensar que a vida dá para ser curtida sem filtros”.

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Sobre Marcus Pessoa

Nascido em Manaus, sou designer e empreendedor, focado em cultura amazônica, comunicação digital, economia criativa, turismo e empreendedorismo.
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