Antes um dos principais cartões postal de Manaus, como um ponto de parada obrigatória, a Praça da Saudade hoje está cada vez mais deprimente. Lembro que ano passado, decidi levar minha filha para brincar a noite e qual não foi a minha surpresa de ver a praça em um verdadeiro breu. Não demoramos no local, pois não queríamos dar sopa para o azar.
Hoje, alguns meses depois, enquanto almoçava em um restaurante lá próximo, fiquei observando o vai e vem e a disputa de um grupo de drogados por quem cheirava o loló primeiro. Enquanto isso, os transeuntes passavam assustados e demonstrando total desconforto em atravessar a praça, que outrora era um local familiar e de diversão.
A cena, que testemunhava por volta das 14h, parece bem corriqueira, haja visto a forma de conservação em qual a praça se encontra. As pérgolas laterais todas pichadas. A banca, depredada, fechada, e pichada. A grama estava baixa, mas no meio dela, um sofá velho podre jogado por lá dava a decoração macabra de um local dominado por usuário de drogas.
Aliás, esse sofá está lá desde dezembro do ano passado, quando a cabine telefônica passou a ser ocupada por moradores de rua. Os homens e as mulheres passaram a viver no local colocaram dois colchões, uma rede e uma dezena de roupas penduradas.
Outro detalhe foi que não vi Guarda Municipal. Não estou dizendo que não tem. Estou afirmando que durante o período em que estive observando, não vi. A Guarda Municipal é fundamental para proteger o patrimônio ecológico, histórico, cultural, arquitetônico e ambiental do Município, inclusive adotando medidas educativas e preventivas. As praças e os parques municipais devem possuir de maneira efetiva Guardas Municipais. Ainda que não tenham o poder de polícia, ajudam na inibição de pequenos crimes.
Além dos assaltos, tiroteios e mortes; foram cinco nos últimos meses. Na noite de 20 de março, por exemplo, os frequentadores dos bares da Simão Bolívar foram surpreendidos com uma troca de tiros. Os disparos partiram de um táxi que passou pelo local. Os tiros acertaram Alexandre da Costa Braga, 30, que foi baleado e encaminhado ao HPS 28 de Agosto, e Anderson Silva Andrade, 18, que morreu no local.
Devido o descaso do poder público municipal, atualmente, a população decidiu rebatizá-la e passou a chamá-la de “Praça da Morte” e se nenhuma atitude séria for tomada para reverter esse quadro, o nome com certeza será adotado em definitivo por toda a população manauara.
O único ponto positivo dela atualmente é a grama baixa e o paisagismo da Semmas, porque o resto, é deprimente. Outra coisa, as Palmeiras Imperiais mortas também deveriam ser levadas em consideração para serem trocadas por palmeiras amazônicas.