19abr

Milhitos: O Salgadinho que Marcou Gerações no Amazonas

Quem cresceu nos anos 90 em Manaus com certeza lembra do sabor inconfundível dos Milhitos. Era abrir o pacotinho e ser invadido por aquele cheirinho irresistível de milho crocante. O combo perfeito era Milhitos nos dedos e um suquinho de pó bem doce para acompanhar — a verdadeira fórmula do lanche ideal da criançada amazonense.

Mas a história desse ícone vai além dos recreios escolares e tardes com os amigos. Lançado no início dos anos 80 pela Jack’s da Amazônia, o Milhitos rapidamente conquistou seu espaço como o queridinho dos lanches regionais. Criado a partir de uma parceria com a gigante Beatrice Foods Company, o produto trouxe um sabor único que virou parte da identidade afetiva de toda uma geração. Tudo isso só foi possível graças ao empresário José de Moura Teixeira Lopes, o “Mourinha”, que trouxe a Jack’s para o Amazonas.

Milhitos não era só um salgadinho — era uma experiência. Estava presente em aniversários, nas lancheiras escolares e nas festinhas com os amigos. E ele não estava sozinho: Pipos, Chinitos, Creck Creck, Chanchitos, Pizzelas e, claro, o Boliqueijo, também faziam parte desse universo. Mas entre todos, Milhitos era o rei. Com seu farelinho que grudava nos dedos e virava parte da diversão, comer era um verdadeiro ritual.

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Milhitos: O Salgadinho que Marcou Gerações no Amazonas

Milhitos: O Salgadinho que Marcou Gerações no Amazonas

O sucesso era tanto que até o Governo do Amazonas incluía visitas à fábrica da Jack’s como parte das comemorações do Dia das Crianças. A criançada ia em excursões escolares ver de perto a produção do tão amado salgadinho — um momento mágico para quem vivia aquela época.

E como esquecer do famoso comercial dos anos 90? Com uma lambada contagiante, o jingle ficou gravado na memória dos amazonenses. Era só ouvir a musiquinha que já dava vontade de correr pra comprar um pacotinho.

O Milhitos era mais do que um lanche. Ele representava momentos de alegria, criatividade e união. Quem nunca tentou montar uma ponte com os salgadinhos, colando um no outro? Era parte das brincadeiras que marcaram a infância de muitos.

Mas, como toda boa história, essa também teve um fim. No segundo semestre de 2007, a Jack’s da Amazônia encerrou suas atividades. A crescente concorrência com marcas como Mittos, da Ammac, e Skilhos, da paraense Hiléia, pesou demais. Além disso, o custo elevado de produção, especialmente com o milho e embalagens, tornava difícil competir com os preços mais baixos das novas marcas.

A fábrica localizada na Rua Coronel Salgado, no bairro Aparecida, chegou a ser inspecionada pela Suframa em 2007, mas já estava fechada. Pouco depois, o cadastro foi oficialmente encerrado, marcando o fim da Jack’s da Amazônia.

Apesar disso, Milhitos nunca saiu da memória dos amazonenses. O nome se tornou tão forte que até hoje é comum chamar qualquer salgadinho de milho pelo nome da marca. O legado continua vivo, não apenas nas lembranças, mas também no coração de ex-funcionários e consumidores fiéis. Uma seguidora, Mazé Valente, contou que até hoje guarda com carinho sua farda e crachá da empresa, relembrando os bons tempos em que o aroma dos Milhitos assando tomava conta do bairro.

Curiosamente, a marca Jack’s ainda existe na Costa Rica, onde o nosso Milhitos é vendido com outro nome: Meneitos. Quem sabe um dia a gente mata a saudade importando um pacotinho?

No fim das contas, Milhitos foi mais do que um snack. Foi um pedaço da infância de muitos amazonenses. E mesmo que tenha sumido das prateleiras, continua presente na memória coletiva. Se você também viveu essa época, conta aí: você era do time que lambia os dedos ou do time que fazia ponte de salgadinho?

Vamos relembrar juntos esse clássico que, mesmo ausente, jamais será esquecido!

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Sobre Marcus Pessoa

Nascido em Manaus, sou designer e empreendedor, focado em cultura amazônica, comunicação digital, economia criativa, turismo e empreendedorismo.
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