Talvez você já tenha visto esses prédios ao lado do Porto do Centro de Manaus, mas talvez você nem saiba o que fosse esses locais devido nossos ensinamentos escolares, eu, sinceramente, nunca ouvi falar desses locais dentro da escola. Aprendi sobre esse local ano passado, quando estive pesquisando sobre Manaus de ontem. Então fui investigar sobre os prédios históricos, sobre os monumentos, e em busca de informações que me ajudassem a conhecer o passado da nossa cidade, que embora seja relativamente nova (comparando às cidades europeias) não possui uma memória decente.
A denominação de Complexo Booth Line, explica-se a partir do fato de que uma das casas componentes do mesmo ter sido propriedade dos irmãos Alfred e Charles Booth, fundadores da empresa de navegação marítima Booth Line, parte da empresa Booth Company, assim como a Manáos Harbour, que tinha sede em Nova Iorque.
Mesmo não sendo considerado parte integrante do Complexo Arquitetônico do Porto Flutuante de Manaus, o Complexo Booth Line é, por situar-se dentro dos limites do que é considerado como o Centro Antigo da cidade, tombado por lei municipal, segundo a Lei Orgânica do Município:
Art. 342 – Fica tombado, para fins de proteção, acautelamento e programação especial, a partir da data de promulgação desta Lei, o centro antigo da cidade, compreendendo a rua Leonardo Malcher e a orla fluvial, limitado deste espaço, à direita pelo igarapé de São Raimundo e, à esquerda, pelo igarapé de Educandos, tendo como referência a Ponte Benjamim Constant. (Lei Orgânica do Município, 1990)
Pde-se localizar, atualmente, o Complexo Booth Line ao lado da estação hidroviária, em frente ao estacionamento do Porto de Manaus, onde uma vez encontrava-se a Praça Oswaldo Cruz (chamada pela população de Praça dos Bondes, por ter sido a estação destes).
Algumas imagens legendadas diferem quanto à denominação da praça outrora localizada em frente ao Complexo Booth Line, como sendo a Praça XV de Novembro ou Praça do Commercio.
Contudo, existe uma placa de identificação no prédio onde se situava a B.A. Antunes & Cia. Comissões, Consignações, Importadores e Exportadores que informa ali ter sido a Praça Oswaldo Cruz.
No complexo situavam-se, além das instalações comerciais da B. A. Antunes & Cia. Comissões, Consignações, Importadores e Exportadores; a Booth Steamship Company, a sede da Manaós Tramways and Light Company; a Scholz & Cia. (casa comercial de Waldemar Scholz – o mesmo alemão responsável/proprietário pela construção do palacete onde atualmente considera-se o Centro Cultural Palácio Rio Negro); e o bar e restaurante Bolsa Universal.
Explicação do Complexo
Booth Steamship Company
O casario onde funcionou a sede da Booth Steamship Company, prédio de esquina com oito janelas e portas, se transformou, mais tarde, na primeira loja a vender artigos importados no início da Zona Franca – o Entreposto Internacional da Zona Franca de Manaus (EIZOF).
Manaós Tramways and Light Company
A sede da Manaós Tramways and Light Company, firma inglesa responsável pelos bondinhos e pela energia elétrica da cidade.
Casa Comercial de Waldemar Scholz / Agência do Banco do Brasil / Agência Llyod Brasileiro / Tribunal de Contas do Estado/ Casa do Pequeno Trabalhador.
O prédio ao lado de onde funcionava a Manáos Tramways and Light Company, funcionou, primariamente como a Casa Comercial de Waldemar Scholz, depois como agência do Banco do Brasil, sede da agência Llyod Brasileiro, depois como o Tribunal de Contas do Estado, e mais tarde como a “Casa do Pequeno Trabalhador”.
O bar e restaurante Bolsa Universal
O local onde funcionava o Bar e Restaurante Bolsa Universal foi o primeiro a ser completamente destruído e hoje funciona como estacionamento privativo.
Complexo Booth Line em Manaus Antigamente
Complexo Booth Line em Manaus
Trechos da : Revista Eletrônica Aboré – Publicação da Escola Superior de Artes e Turismo Manaus – Edição 05 Dez/2010